09/07/2007 - 13h11
Terapia genética enfrenta câncer letal
Terapia genética enfrenta câncer letal
Nova técnica conseguiu salvar cobaias de tumor do pâncreas, um dos mais terríveis. Testes em humanos podem acontecer em um ano nos EUA, se tudo der certo.
Do G1, em São Paulo
Pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, dizem ter criado uma nova forma de terapia genética que conseguiu eliminar o câncer do pâncreas em camundongos que sofriam da doença. O sucesso no teste de laboratório pode levar a ensaios clínicos em humanos dentro de cerca de um ano, de acordo com a universidade americana.
"Esse veículo, ou vetor, é tão bem direcionado e robusto em seu funcionamento específico contra o câncer que poderemos usá-lo para terapia e talvez até para obter imagens da progressão do tumor", afirmou em comunicado oficial o pesquisador Mien-Chie Hung. Ele é o autor principal do estudo, que está na revista científica "Cancer Cell".
O melhor é que, segundo a equipe, outros tipos de câncer poderiam ser atacados caso o sistema de terapia genética sofra algumas modificações. Em essência, trata-se de uma "bomba inteligente" molecular. Sua camada externa é composta por uma esfera de gordura, o chamado lipossomo; dentro há uma seqüência de DNA que indica como o conjunto funciona, outra que potencializa seu funcionamento no tecido do pâncreas e finalmente a arma propriamente dita, um gene que leva à autodestruição das células cancerosas.
Se funcionar, os pacientes com câncer pancreático finalmente terão mais chances de sobrevivência. Calcula-se que, só nos Estados Unidos, 37 mil pessoas sejam diagnosticadas com a doença por ano - normalmente quando o tumor já se encontra em estágio avançado. Por isso, apenas 4% dos doentes sobrevivem após cinco anos de diagnóstico, taxa considerada uma das baixas entre os cânceres humanos.Num teste da terapia contra duas linhagens agressivas de câncer pancreático em camundongos, os resultados foram muito animadores. Enquanto todos os roedores do grupo controle, que não recebeu a nova terapia genética, morreram em 90 dias, metade dos que foram tratados com ela sobreviveram por 14 meses, sem sinais de retorno dos tumores.
Não houve sinais significativos de efeitos colaterais tóxicos do medicamento, ao contrário de outras formas de quimioterapia. Os pesquisadores também conseguiram monitorar em tempo real a regressão do câncer inserindo nos tumores um gene da luciferase, a substância que "acende" os vagalumes.
A equipe já tem parceria com uma empresa farmacêutica para colocar o produto no mercado caso os testes com pessoas se mostrem positivos.
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